A ÚLTIMA PATADA DO DRAGÃO


Perder o sentido da luz perder o sentimento de amar perder a razão de viver. Foi tamanha a ansiedade que quando veio infalível, invencível cruzou meu passado retornando ao início onde colocou-me arrependido por ter começado a viver. Poderia me marcar, uma tatuagem na alma mas, por que por amor a cicatriz ficou no olhar? Talvez quem me veja não saiba por que a luz não me sensibiliza mais, não entra pela janela e neles não espelha o amor que tive, vivi. Talvez não seja flagelo, auto-mutilação ou graça arrancar da face o dialogo silencioso e joga-lo num chafariz refletido do arco-íris, para tranqüilo dormir colorido no reino da escuridão. Nesta estrada que cruz o deserto de mim onde é proibido parar ou chorar vagueio, cego sem bengala , sem desculpa. Será que estou indo em frente ou dou volta sobre minha sombra? Haverá misericórdia ao fim do passo? Será o sol clemente ao pedido de chuva? ou terei que procura o deleite do suor de cansado? Hoje sinto na pele febril a falta do gelo artístico das lágrimas das nuvens vermelhas que sempre me acompanharam por todo destino que tive por todo destino me dado. Por quanto tempo chorarei por quanto desespero sofrerei por não poder amar a luz de minha estrela? Agora, aqui estou frente a frente com o pricipício do momento estático, desejoso de atos lunático, pensados ou afoitos. Quando a aurora do medo, da perda me tomar, nada será como antes nada será narrado para depois, tudo dependerá do que fizer agora. Ouço o conto sonhado da aventura. O leve cheiro das orquídeas paira sobre meus ouvidos loucos como entidades do anoitecer que roubam do dia o calor do sol para tricotarem cachecóis que o inverno incendiará. Planar sobre Atacama plantar sobre o destino de sal - vale a pena plantar um chafariz no meio da solidão? Estou a um palmo da solução, seria a frieza do calor um alento para desistir? Levarei comigo o meu passado íntimo não divulgado, retratado em 3x4, para a inércia do medo, para os porões da morte. - o fundo da existência é tão perto que nem desejamos saber onde dá pé -. daria tempo para recuar do empurrão de coragem- para a camiseta de perdedor envergar vergonhosamente - só pela satisfação alegre de que há esperança? O que há de insensato em garimpar as nuvens se na terra não colhemos nem idéias nem amores? Caiu um pedregulho da minha inocência pela vontade própria mergulha ao léu e minha curiosidade do olhar faz-me pender e os pés imagina asas. Navego por ares nunca voados cruzando mil ventos, tais pássaros tal ave de arribação, que da vida à infinidade alva deriva no céu escondido da plenitude. Se vôo ou precipito é pela simples fração da realidade, se não me estimo desabrocho o peito em flor. A flecha que do arco zune trespassa o futuro e a dor trazendo contra o meu ardor a última patada do dragão.

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