Wish You Werent Here




Took my lady out with me
Our 14-day anniversary
To the place where we first met
To say the things I hadn't yet
I was gonna tell her how I felt
And all the things I'd thought about
I was gonna tell her how I cared
Then she told me
How I wish that you weren't here
And I hate it when you're near
I'd rather be alone
I'd love to be without you
I put on the song of our first dance
The one that started our romance
I went to whisper in her ear
To say the things she'd love to hear yeah
I guess I though she loved me
I guess I thought she cared
I thought we'd be together
Forever but I was wrong

Music: Jeffries Fan Club
Photographer: Vlad Limer
Model: Violetta Raz



QUANDO IREMOS NOS ENCONTRAR DE NOVO?



Era o primeiro dia do ano Maia. Estava chovendo. Precisava existir um empecilho que tornasse o dia especialmente particular. Por que encontrar com alguém que nunca se viu é sempre uma aventura digna de registro.

- No Selfie!

Aliás, mais do que isto, ela já sabia quem ele era. Talvez por que ele gostava de compartilhar a sua vida em detalhes, quase chegando às raias da dependência emocional. 

Combinado o lugar e acertado o horário, agora ele tinha que esperar no lugar certo e não em outro, como tantos fazem, que ficam estrategicamente postados para ver antes dela o ver. Ele estaria na estaria na escadaria. Chegou antes para esperar. Tinha que esperar pela abertura de porta. Esperar por um andar, pelo som de um salto batendo no mármore. Esperar. Wait Wait Wait! Ela veio. 

-Desculpa o atraso. Demorei? 
- Não! Estava aqui te esperando. 

No abraço descobre que é um degrau de diferença e o encaixe é quase perfeito apesar do frio de 10 graus. Ele procura por entre as roupa uma maneira de descortinar as tatuagens e alguns nacos de corpo. Evita o decote que esconde um emaranhado de labirintos impossível de não se ver. Nota a boca convidativa, a voz rouca, o olhar que perscruta e mira a aura. 

Andaram por salas e corredores como se o passeio fosse um longo e interminável descobrir. Tanto ali como acolá. 

O café foi só um pretexto, um subterfúgio, por que ele não quer ir embora. Descobre que ela tem uma sugestão de lugar mais aprazível para quem está com fome. E como velhos conhecidos a conversa flui por entre assuntos e projetos. Ninguém percebeu que eles são dois desconhecidos e que se viram algumas horas atrás, pela primeira vez. 

Sem saber ao certo a dimensão do tempo e da hora, caminham por entre árvores sem antes se dar conta do esquecimento óbvio do guarda-chuva pois não mais chovia. A mesma chuva usada como desculpa para postergar o encontro. Podia parecer proposital o esquecimento, mas era uma maneira dele estar mais tempo junto dela.

Enquanto o carro não vem, a gente espera, diria ele olhando para os lados a procura de alguma coisa que a leve para casa. Não veio e teve que buscar ali na esquina um táxi.

Não havia outra maneira dele se despedir senão com um beijo. Um beijo doado, nunca roubado. Ela devolveria, pois não ficaria com beijos alheios. 

Para ele o dia passou como se tivesse passado um mês. Teve a certeza que amanhã aconteceria um reencontro. Só que não! A agenda dela é impassível e inflexível.

Perambulando ele se apercebe do alerta que isto tudo é muito recente e que tudo tende a ser inimaginável se fosse dia a dia. Primeiro, achou difícil pensar ou desejar que o encontro evoluísse para outros e que o primeiro não passava de uma simples "conversa com uma pessoa, numa festa onde não se conhece ninguém". Depois, acreditou ser possível uma nova idéia de poder dividir o tempo com ela. 

Ocorre que foi um encontro de águas, cada qual com o próprio leito sulcado e seus sedimentos atavícos. Se irão fluir e mesclar suas ondas e correntezas é algo que vai lhe tirar o sono até o próximo encontro com o mar. 

Por fim um bilhete deixado nas ondas virtuais do acaso dentro de um aplicativo vítreo a boiar por respostas físicas:

- Senti você vibrar! escreveu ela ao vento.

NÃO TRAGA DE VOLTA PARA SUA VIDA O QUE NÃO ESTIVER FAZENDO FALTA …


Não traga de volta quem nunca fez questão de estar ao seu lado, aqueles hábitos que lhe faziam mal, aquela amizade que nunca aparecia, os erros que machucaram e já cicatrizaram. Aprendamos, com a dor, a seguir adiante, sem querer de volta o que dói e machuca.

Certas coisas e determinadas pessoas saem da nossas vidas muitas vezes de uma maneira desagradável e abrupta, de forma a nos deixar desolados de início e sem entendermos o porquê daquilo tudo. No entanto, com o passar do tempo, percebemos que fomos, na verdade, agraciados com aquelas perdas, pois caminhamos mais felizes e tranquilos sem o peso delas em nossas vidas.

Por essa razão é que não podemos nos desesperar quando algo nos acontece, pois, no calor das emoções, tendemos a achar que tudo conspira contra nós, que perdemos sempre, que tudo está piorando. Embora seja difícil, aguardar as respostas que teremos lá na frente é o mais sábio a se fazer, afinal, muitas vezes, ganha-se quando aparentemente se perde.

Não traga de volta aquela amizade que nunca aparecia, a não ser que você a procurasse; que cobrava muito mais do que ofertava; que nunca mostrava interesse pelo que você passava, sentia, queria, por quem você era realmente. Relacionamentos devem ser recíprocos, ou o peso sobrecarregará os nossos passos, tolhendo-nos um caminhar sereno, lúcido e agradável. Deixe pra lá as ausências que nos tornam mais leves.

Não traga de volta aqueles hábitos que lhe faziam mal, que atrapalhavam os seus dias, a sua saúde, o seu equilíbrio interior. Seja o cigarro, seja a antecipação de problemas, seja o pensamento negativo ou a autopiedade, caso tenha se afastado disso, mantenha-se firme e distante de comportamentos que em nada eram úteis. O tempo deve correr sempre em nosso favor e precisamos lutar para isso. Deixe pra trás o que diminuía suas chances de ser feliz.

Não traga de volta erros que machucaram, mesmo que já cicatrizados. Não volte a incorrer nas mesmas atitudes que foram lesivas; a acreditar em esperanças que nunca se realizaram; a enxergar com olhos condescendentes pessoas que não merecem nada do que você tem a oferecer. Nem tudo e nem todos merecem uma segunda chance e ter consciência disso nos poupará recair em dissabores de que já tínhamos nos livrado.

Não traga de volta quem nunca fez questão de estar ao seu lado, quem roubou dias, meses ou anos da sua vida, iludindo e alimentando promessas vãs, somente sugando sem somar, sem trazer, sem doar, sem praticar o retorno afetivo de nada. Encare a sua responsabilidade sobre o que lhe acontece de ruim e negue-se a receber em sua vida gente que não vale a pena. Deixe em seu passado os vampiros emocionais.

Sempre que passamos por rupturas em nossas vidas, dói muito, uma desolação que demora a passar. Mas passa, pois o tempo cura e traz verdades, mesmo aquelas que teimamos em ignorar. Portanto, aprendamos, com a dor, a seguir adiante, sem querer de volta o que dói e machuca, pois temos que ser merecedores da felicidade com que sonhamos, livres das amarras que obstruem o nosso viver e nosso sorrir.

FONTE:

GOSTO DE ...

  • Caminhar com o intuito de esquecer
  • Cozinhar para satisfazer, eu e outros
  • Filmes por que me isolam da realidade
  • Fotografar pois me ajudam a lembrar da vida
  • Livros por que ensinam a valorizar o momento