PARA QUE SERVE OS INIMIGOS!!!!!!!

Há certas pessoas que, por mais que eu implore não me deixam em paz. Tornam-se inimigas cada vez mais odiosas e presentes no meu dia-a-dia. Aparecem somente para causar impressão. Nada mais. Nenhuma palavra, nenhum gesto, nenhuma atitude de afronta. Nada. Eles aparecem e nos desestabiliza.

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UMA (o nome é estranho, mas é o nome dela) é dessas inimigas e pior, uma anti-amiga. 
Abordou-me na rua da maneira mais educada que a indiferença poderia ser suportada e sem cerimônia alguma, deu-me um disquete 3,5” e me disse: “sei o que você esta passando na sua vida aqui no Brasil e isto prova o quanto você é um otário - arrume a apresentação que esta ai dentro e depois manda para o meu e-mail - você é um estúpido, mas é um ótimo profissional criativo - fico esperando”. Simplesmente virou as costa entrou no carro e foi-se. Nem tive tempo para atirar o disquete na cara dela. Atônito, nem pude xingá-la, dizer uns desaforos. 

Minha raiva foi tanta que fiquei estático no meio do calçadão com todo o dia passando por mim sem pedir licença. Sem saber o que fazer aguardei “o disquete da discórdia”. Foram dias de descaso “para o trabalho”. Nem sabia o que tinha. Quando resolvi ver o que tinha fui a um CYBER. Sei lá se tinha vírus. Tudo limpo. 

UMA foi uma colega, uma amiga a qual não aceitei o perdão por um erro que depois de anos descobri que tinha sido meu erro. Evitei encontrá-la e muito menos falar com ela. Assim foi até aquele sábado no centro da cidade de Porto Alegre. Anos se passaram e ela não esqueceu o meu erro. Eu mudei de fisionomia, envelheci, engordei, me tornei outro, mas ela me reconheceu. Ela “me carregou” na memória esse tempo todo só para me encarar, na frente do Mercado Público, com a negação de meu perdão e o reconhecimento do meu erro. 

A apresentação que tinha que arrumar foi a pior agressão que ela podia me causar. Como boa adepta da vida oriental, ela foi metodicamente sutil. Ardilosa e lá no fundo, vingativa. 

Aprendi a lição e agora sou eu que preciso lhe falar, preciso dar-lhe o reconhecimento do meu erro para além do meu perdão. Quero a amizade dela de novo. Tenho que recuperar o tempo em que estive errando dia após dia. 

Abaixo deixo o texto da apresentação: - estude-a. 

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APRENDENDO NAS QUEDAS 
LETÍCIA THOMPSON 

Por que será que nos lamentamos tanto quando nos decepcionamos, perdemos e erramos? O mundo não acaba quando nos enganamos; ele muda, talvez, de direção. Mas precisamos tirar partido dos nossos erros. Porque tudo teria que ser correto, coerente, sem falhas? As quedas fazem parte da vida e do nosso aprendizado dela. 

Que dói, dói. Ah! Isso não pode negar! Dói no orgulho, principalmente. E quanto mais gente envolvida, mais nosso orgulho dói. Portanto, o humilhante não é cair, mas permanecer no chão enquanto a vida continua seu curso. O problema é que julgamos o mundo segundo nossa própria maneira de olhar e nos esquecemos que existem milhões e milhões de olhares diferentes do nosso. 

Mas não está obrigatoriamente errado quem pensa diferente da gente só porque pensa diferente. E nem obrigatoriamente certo. Todo mundo é livre de ver e tirar suas próprias conclusões sobre a vida e sobre o mundo. Às vezes acertamos, outras erramos. E somos normais assim. Então, numa discussão, numa briga, pare um segundo e pense: “e se eu estiver errado?” é uma possibilidade na qual raramente queremos pensar. 

Nosso “eu” nos cega muitas vezes. Nosso ciúme, nosso orgulho e até, por que não, nosso amor. Não vemos o lado do outro e nem queremos ver. E somos assim, muitas vezes injustos tanto com o outro quanto com a gente mesmo, já que nos recusamos a oportunidade de aprender alguma coisa com alguém. 

E é porque tanta gente se mantém nessa posição que existem desavenças, guerras, separações. Ninguém cede e as pessoas acabam ficando sozinhas. E de que adianta ter sempre razão, saber de tudo, se no fim o que nos resta é a solidão? Vida é partilha. E não há partilha sem humildade, sem generosidade, sem amor no coração. 

Na escola, só aprendemos porque somos conscientes de que estamos lá porque não sabemos ainda; na vida é exatamente a mesma coisa. Se nos fecharmos, se fecharmos nossa alma e nosso coração, nada irá entrar. E será que conseguiremos nos bastar a nós mesmos? 

Eu duvido. 

Não andamos em cordas bambas o tempo todo, mas às vezes é o único meio de atravessar. Somos bem mais resistentes do que julgamos; a própria vida nos ensina a sobreviver, viver sobre tudo e, sobretudo nunca duvide do seu poder de sobrevivência! Se você duvida, cai. Aprenda com o apóstolo Pedro que enquanto acreditou, andou sobre o mar, mas começou a afundar quando sentiu medo. Então, afundar ou andar sobre as águas? 

Depende de nós, depende de cada um em particular. Podemos nos unir em força na oração para ajudar alguém, mas só esse alguém pode decidir a ter fé, força e coragem para continuar essa maravilhosa jornada da vida.

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