PERDÃO

Desculpe-me, este é sobre o perdão.


- Sei que você sabe do que se trata, mas sabe aplicá-lo? A chave do sucesso esta em como aplicá-lo e não em como dar ou oferecer.


Como acabar com os ressentimentos que sempre ficam? Perdoar é desculpar. Ressentir é sentir de novo. Analise desta forma: se eu perdôo alguém pelo que me fez, estou pedindo desculpa a essa pessoa. Assim, eu poderei sentir por essa pessoa o mesmo que sentia antes, terei um ressentimento por ela e esqueço o que ela me fez.


-Você aceita “as falhas inevitáveis da vida”?


- Você ainda tem tempo para desculpar quem quer que seja? Negue um perdão se nunca precisou ser perdoado!


Descobri que o pântano da dúvida tem mais força que eu poderia imaginar, pois nunca admiti que havia errado e foi por esta razão que estive tanto tempo sem me dar o beneplácito do perdão. Essa mudança de pensar ocorreu a partir do momento que meus sentimentos foram entendidos como afeto, expressado internamente com satisfação e não mais como o eram manifestados externamente de maneira triste. O primeiro estágio da mudança começou com a aceitação de que é possível reconstruir. Isto exige coragem e absorção para a nova etapa. Talvez uma dose de amnésia não faça mal e até ajude a dar um pouco de peso sobre tudo que foi enterrado. Perdão não é fruto de acordo. Não é aceitando ou descordando das condições que se chega ao veredicto. Não existem pré-determinismos. Sem olhar para os lados, toma-se a iniciativa, aplica-se e está feito.


Porém, nem todas as pessoas chegam a esse nível de entrega e nem sabem que este estágio poderia ser alcançado. Há sempre aqueles que recebem o pedido de perdão com uma faca escondida. Ficam mastigando o rancor, arredios, suspeitando de qualquer atitude. Um sorriso, um abraço ou um beijo pode ser encarado como um insulto ou agressão. Defendem seus pontos de vistas com unhas, dentes e todo o lastro de seu juízo, como se fossem mais importantes que abraçar a felicidade. Mesmo sendo pessoas impermeáveis devo aplicar o perdão, devo desculpá-los e esquecer as magoas. Permito que as coisas fluam naturalmente. Deixo aqueles que tem o certificado de propriedade da razão e que querem ser corretos em paz. Tomo iniciativa demonstrando uma boa vontade para reatar. O perdão é meu e usufruo dele em meu favor. Fico em paz comigo mesmo. Posso não mudar de olhos, mas tenho a certeza que mudei o olhar.


- Surpreenda-se! Desculpe-se!

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