TALVEZ NÃO SEJA NADA


Talvez você goste do verde
e eu estou meio-vermelho;

Talvez seja o fio branco,
seja a lentidão,
seja o olhar para além
do ocorrido;

Talvez sejamos uma esquina
de uma mesma rua
perdida em noutra cidade;

Quem sabe uma flor,
quem sabe um céu azul,
talvez um desejo,
uma vontade;

Talvez seja a passagem do tempo,
a inacreditável passagem
da ferrugem para a prata;

Talvez o inverno que chegou e apossou,
veio também o frio e as roupas
pesadas impróprias
ao seu verão;

Talvez não seja nada,
são arestas que teimam
em aparecer e ficar notórias;

Talvez por estar em silêncio
ora calado ora escondido,
eu não entenda o vento
e seu dançar;

Talvez eu fique aqui te olhando
fundo seus olhos,
como se horizonte fosse
indefinido, longínquo
mas mesmo assim
admirável.


por Djalma Souza Correia, Quinta, 5 de janeiro de 2012·

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